O que é PFAPA?

É uma síndrome relativamente comum de febre periódica em crianças que se manifesta precocemente na infância entre 2 e 5 anos de idade sendo mais frequente nos meninos. A sigla em inglês (Periodic Fever, Adenitis, Pharyngitis, Aphtous Stomatitis) descreve as manifestações da doença: febre periódica, linfonodos no pescoço, faringite, aftas na cavidade oral. Mas é comum que as crianças também apresentem fadiga, tremores, dor abdominal, dor de cabeça. O desenvolvimento dessas crianças é normal e entre uma crise e outra elas são perfeitamente saudáveis. A causa da doença ainda não é conhecida.

Quando suspeitar de PFAPA?

A suspeita diagnóstica deve ser feita sempre que uma criança principalmente entre 2 e 5 anos de idade evoluir com quadros de febre alta de difícil controle que dura de 3 a 5 dias e raramente mais que 7 dias, sinais de inflamação na faringe e amígdalas (dor, vermelhidão, placas brancas, edema), linfonodos aumentados e dolorosos no pescoço, aftas na boca de forma repetida, episódios esses com intervalos regulares de até um mês e meio entre uma crise e outra e que respondem bem a qualquer tratamento prescrito seja com antibióticos, antiinflamatórios esteroidais e não esteroidais.

Como é feito o diagnóstico da PFAPA?

O diagnóstico dessa condição é essencialmente clínico, pois até o presente momento não existem exames laboratoriais que sejam conclusivos. Portanto, durante a avaliação clínica o médico leva em consideração a ocorrência de 3 ou mais episódios de febre acompanhada dos sinais e sintomas acima listados, não necessariamente de todos ao mesmo tempo em todos os episódios. Uma vez que é feita a suspeita clínica, o tratamento é instituído sem utilização de antibióticos e se a resposta é positiva o diagnóstico fica estabelecido. Portanto a chamada prova terapêutica, que consiste no tratamento de cada episódio logo ao primeiro sinal de febre periódica com as medicações recomendadas para PFAPA (que não incluem antibióticos) ajuda a confirmar a suspeita diagnóstica. A doença tende a evoluir sem sequelas e maioria dessas crianças não chega a ter indicação de operar as amígdalas.

Como prevenir doenças respiratórias em crianças

O outono, conhecido pelas temperaturas mais baixas e ar seco, é a estação do ano marcada pelo aumento dos casos de crises alérgicas e infecções virais entre as crianças.

Devido às baixas temperaturas, que começam a aparecer no sul e sudeste do país, e à retomada das aulas presenciais, é comum que os menores se aglomerem em lugares fechados, facilitando a transmissão dos vírus. Dentre as doenças mais frequentes nessa época estão: resfriados, gripes, rinites alérgicas, sinusites e crises de asma. A rinite é caracterizada por sintomas como nariz entupido, coriza, espirros e coceira no nariz, olhos e garganta. Já a sinusite traz desconfortos como nariz entupido, sensação de pressão na região do nariz, testa e ao redor dos olhos, dores de cabeça, cansaço e febre.

Prevenção: caderneta vacinal em dia

Os especialistas ressaltam que uma das principais medidas preventivas é a constante atualização da caderneta de vacinação. “As vacinas para influenza (gripe), coqueluche (Pertussis), pneumocócica, Covid, Haemophilus influenzae tipo b (Hib), e até mesmo a BCG (vacina para tuberculose) reduzem os riscos. Por isso é fundamental revisar periodicamente o cartão vacinal e mantê-lo em dia”, enfatiza a pediatra Karina Pierantozzi Vergani. 

Manter a criança bem hidratada, com a ingestão de água ao longo de todo o dia, também é essencial. Maura Neves acrescenta também a importância de uma alimentação equilibrada, que inclua legumes, verduras, frutas, vitaminas e minerais. Ela diz que a alimentação saudável na infância, além de aumentar a imunidade, promove o desenvolvimento adequado da criança e previne doenças a longo prazo, como câncer, diabetes, hipertensão e doenças cardíacas. 

Algumas outras medidas recomendadas são: limpar e higienizar constantemente o ambiente familiar, evitar carpetes, tapetes ou qualquer superfície que acumule poeira, lavar as mãos com frequência ou utilizar álcool em gel e manter distância de aglomerações e locais fechados. 

A otorrinolaringologista destaca ainda a importância de preservar o próximo: “As crianças devem evitar ir à escola com presença de sintomas respiratórios como tosse, coriza, obstrução nasal e dor de garganta. Isso ajuda na redução de transmissão de doenças para outras pessoas. Uma possibilidade é usar máscara na presença desses sintomas. As máscaras auxiliam na redução de transmissão nestes casos, especialmente em ambientes com maior concentração de crianças.”

Campanha alerta sobre importância do sono saudável

Comemorado no dia 18/03, o Dia Mundial do Sono é uma oportunidade para refletir sobre a importância de uma boa e tranquila noite de sono para a saúde física e mental. No entanto, hábitos aparentemente inofensivos do cotidiano, como mexer no celular ou ver televisão na hora de dormir, contribuem para roubar preciosas horas de sono e prejudicar a saúde.

Para a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CCF), a data serve de alerta sobre a necessidade do sono saudável para garantir qualidade de vida. A associação lembra que a falta do sono pode interferir nas taxas de mortalidade e contribuir para o aumento da prevalência de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade, síndrome metabólica, ansiedade, depressão, síndromes metabólicas.

“O sono é parte integrante do nosso processo fisiológico. Precisamos dormir para reparar a energia gasta em um dia todo de trabalho, para consolidar nossa memória”, disse à Agência Brasil o coordenador do Departamento de Medicina do Sono da entidade, Danilo Sguillar. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Sono, a população está dormindo menos nos últimos anos. Em 2018, a média foi de 6 horas e 36 minutos, e, em 2019, caiu para 6 horas e 24 minutos.  Sguillar lembra que ronco e insônia também são indicativos de problemas no sono que podem prejudicar a saúde da pessoa.

O especialista destaca ainda a apneia obstrutiva do sono, caracterizada pela obstrução completa ou parcial do fluxo de ar nas vias respiratórias, enquanto a pessoa dorme. Quando isso acontece, a pessoa pode roncar alto ou causar ruídos sufocantes enquanto tenta respirar, uma vez que o corpo está privado de oxigênio. Se não for tratada, a apneia obstrutiva do sono é fator de alto risco para o aparecimento de problemas como hipertensão arterial, doenças cardíacas e diabetes tipo 2, entre outras. “Quem ronca e tem apneia não descansa o quanto deveria, não tem um sono reparador e tende a ficar sonolento durante o dia, ter dificuldade de concentração, irritabilidade e prejuízo na memória, o que afeta o rendimento profissional.

Dependendo da gravidade do problema, essa má qualidade do sono pode acarretar hipertensão arterial, diabetes e obesidade, além de depressão, ansiedade e maior risco para acidentes, ou seja, a doença não tratada diminui a expectativa de vida”, esclarece o médico otorrinolaringologista. Em razão disso, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial lançou uma campanha, com camisas, cartazes e postagens em redes sociais. O tema da campanha, Ronco Não É Piada, visa conscientizar a sociedade de que esse distúrbio precisa ser levado a sério. 

Como a má respiração pode afetar a saúde

Alterações prejudicam desde a amamentação até o desenvolvimento da face.

A respiração, a mastigação e a deglutição fazem parte da vida do ser humano, por isso acreditamos que esses processos aconteçam de forma automática. Porém, alguns bebês e crianças não conseguem desenvolver essas funções corretamente e acabam tento o desenvolvimento afetado.

Apesar de serem funções distintas, elas estão ligadas e podem interferir umas nas outras. A respiração, por exemplo, pode afetar desde a amamentação até causar alterações craniofaciais. Sendo assim, é importante observar desde o nascimento como o bebê respira, se a respiração é nasal.

“Respirar pelo nariz ajuda na coordenação e sucção, portanto, a respiração nasal é importante para uma boa amamentação. O paladar também é prejudicado, como ele está relacionado ao gosto dos alimentos, respirar pela boca causa dificuldade de sentir o sabor”, explica o otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo e professor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci.

A má respiração ainda pode causar alterações craniofaciais (ósseas e musculares) e nas arcadas dentárias, como ângulo goníaco aumentado (face longa), dimensões faciais estreitas e hipodesenvolvimento dos maxilares.

“Assim que perceber alguma alteração na criança, como dormir de boca aberta, ronco, apresentar flacidez da musculatura labial e da língua, respiração barulhenta e alterações de mordida e fala é importante procurar um especialista, pois o tratamento precoce pode evitar problemas mais graves”, finalizou o especialista.